TEMPO ALGOZ
Tempo teimoso, Persistente, Vagaroso, mas constante. Não para, Nunca, Nem quando eu preciso. Por vezes pedi que parasse, Permitisse-me um tempo, Para repensar vontades, decisões, Sem me perder no tempo, Sem o divorciar da vida, Mas não, nunca me atendeu. Teimoso, insistente, persistente, Nunca me dá um instante sequer, Para descansar a beira da estrada, Sem que automóveis continuam passando, Sem essa pressão que me afronta, Só queria um sossego, um tempo. Mas não, nunca atendeu aos meus apelos, E eu sempre correndo nos seus calcanhares, Forçado a decidir com o jogo em andamento, Com a bola do mundo girando em constância, Puxando-me aos tropeços vida afora, Ofegando, apressado, correndo, correndo, correndo. Resigno-me, não tem jeito, Esse danado não para nunca, Não compreende minhas pernas cansadas, Essa necessidade de uma paradinha só, Para rever o caminho que ficou para trás, Sem o risco de me perder no tempo. EACoelho
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 23/11/2021
Alterado em 23/11/2021 |