A MORDAÇA DA PANDEMIA
Que silêncio é este, Que faz eco pelas ruas? Que omissão tamanha, Que deixa reinar ainda maiores diferenças? Enquanto a avareza impera calada, em deboche, E as trombetas se calam diante do apocalipse, Não prenderei minha língua, Nem rasgarei meus ditos, Diante do quanto a infâmia cresce, Diante da omissão silenciosa dos contrários. A praga não permite barulho, As ruas e praças não são permitidas, A revolta está abafada pela civilidade, Enquanto as rapinas sobrevoam e usurpam. Não calo, não calo, não calo, Persistirei vomitando meus credos, Abusando da mediocridade dos dementes, Mesmo que o silêncio seja inteligente. Dementes, dementes, dementes, Continuarei renitentemente gritando, No silêncio que as palavras respeitam. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 25/01/2021
Alterado em 01/02/2021 |