DOS DEMÔNIOS
Tenho tentado, em vão, Compreender a ganância. Tenho sim, Ensaiado medir o estômago dos avarentos, Que imagino seja infindo, um buraco sem fim, Diante da fome e a sede que ostentam. Tento dimensionar a sede de poder, Que tantos teimam em exercitar, Suponho que engoliram todos os mares, E que o sal corrói seus corações. Tento sim, Utilizar da arte da compreensão, Vestir-me de empatia e me esconder, Na mais funda entranha dos corruptos. E ali caladinho, pensativo, reflexivo, Só concluo pela desgraça que os assola, Que os corrói, que os embebeda de todos os medos, Exigindo-lhes absoluta devoção aos demônios, A quem emprestam o corpo e a alma, E entregam o coração e a consciência. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 15/10/2020
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