CAMINHOS E CANTIGAS
Viajo pelos escombros sociais, Num voo rasante na garupa da informação, Vejo muito lixo advindo dos vômitos elitistas, Arrotos de caviar, espumantes e conchavos. Passeio pelos emaranhados urbanos, Currais onde a lama fétida se acumula, Escorrida da ganância podre e desmedida, Correndo a céu aberto nas sarjetas das vilas. A falácia gratuita avisa que os abutres ciscam no lixo, Revolvendo seu próprio defecar que dizem limparão, Engodo – vil engodo, que se repete ciclicamente, Nessa eterna e fedorenta exploração do pobre. Vejo sol surgindo no horizonte, A mesma esperança da massa que se amassa desunida, Mas que vai tomando forma de multidão com direção, Caminhando para o norte das cantigas e das lições. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 28/09/2014
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