CONTEMPORANEIDADE
Na linguagem do tempo, A transformação é o idioma que se sobrepõe, A ideia que se impõe, imitando a zorra, Arrastando a vida, os viventes e o viver. A metamorfose é impiedosa, imperativa, Não importam as sangrias, os ardumes, nem os choros, Nem as dores dos que relutam agarrados ao seu tempo, Eis que a tendência não tem dono, nem ouvidos, nem razão. Modernidade que rola ribanceira abaixo, Levando todos os destinos em avalanche, Incauto é quem reluta e se debate em teimosia, A esses resta a sarjeta reservada aos retrógrados. Infame quem se apega a valores mais vagarosos, Quem prefere o sabor das brandas brisas, Aos atropelos das ventanias apressadas, A esses se reserva a clausura da solidão. Resta-me entender essa pressa, Aceitar essa obediência cega às transformações, Advindas talvez da besta intelectualidade da multidão, Que simplesmente seguem em frente como o fazem as boiada. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 22/01/2014
Alterado em 08/08/2015 |