VIDA E MORTE EM BRANCO
Quando a vida findar – a minha, Quando a lida cessar – a minha, Quando o fim se fizer – o meu, Quero que finde toda lembrança – minha. Esqueçam meus erros - meus tropeços, Esqueçam meus acertos – minhas virtudes, Esqueçam o que fui – minha história, Esqueçam como fui – meu enredo. Não quero nenhum choro – será tarde, Nem mesmo lamentos – sem hipocrisia, Omitam qualquer frase feita – são burras, Apenas me ignorem – rogo. O que fiz em vida foi acaso – ou conseqüência, Fiz muito pouco do que queria – não tive tempo (...) Amei mais do que devia – sem crença, Dei muito mais do que tinha – fiquei devendo. O que eu disse - poucos ouviram, Meus gritos - as noites engoliram, Minhas dores - só as madrugadas sentiram, O que eu fui só eu soube – incógnito. Minha vida terá sido em branco, Salvo o que deixarei escrito, E meus ditos não terão sido meus, E sim do personagem que representei, A quem deixarei toda herança, Contida nos versos que compus – nada mais. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 12/04/2012
Alterado em 02/06/2012 |