DEGRAUS
Tamanha distância, Distingue a realidade, Dos mundos distintos, Da íngreme escada social. À cada degrau, Um mundo avistado, Um sentido valorizado, Diferentes brilhos considerados, Fazendo de cada núcleo, um universo. À quem falta até o pão, A realidade medonha do medo, Por vezes mascarada na fé, Noutras, nas dores camufladas, Pelos ramos do conformismo, Nessa saga de sonhos e espera. Enquanto os abastados, Sofrem semelhantes medos, A deslumbrarem o mundo farto, Da visão dos elevados degraus, Donde avistam outros mais ao alto, E não importa em que cabeças pisem, Na busca de mais um patamar. Tamanha semelhança, Nas aflições conjugadas. Se para os primeiros, É o estômago que reclama, É a esperança que açoita, Aos segundos, a consciência fere, Ao menos nos lapsos de lucidez, Quando os pés queimam, Nas dores dos degraus em que pisam. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 09/11/2011
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