QUIMERA
Onde andará meu amor, Que ventos a trarão aos meus braços, Que nuvens lhe oferecem colo e abraços, Até que desça para receber meu ardor. Sinto-a passando por mim, Sempre que estou num jardim, Respiro-a no aroma das flores, Afago-a na leveza do jasmim, Deslumbro-a nas rosas, nas suas cores. Percebo-a suspensa na melodia, Nas notas da música que irradia, Na canção que me faz viajar, No canto dos pássaros em alegria, No sonho do encontro que há de chegar. Vejo-a nas ruas, caminhando calada, Cabelos ao vento, a mais desejada, A mulher mais bonita ao meu olhar, Que some na esquina, sempre encantada, Esperando o tempo para então se entregar. Nas noites a vejo vagando ao léu, Em cavalos aladas passeando no céu, Misturando-se às estrelas e ao brilho da lua, Encantando meus sonhos, envolta em véu, A colorir minha quimera, que é toda sua. Nas manhãs me visita, na garupa do sol, Acaricia meu rosto, disfarçada na brisa, Dizendo-se minha, o que nem precisa, Pois na tarde me acena, na luz do arrebol. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 23/10/2011
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