REFLEXÕES
Quero saber o que se passa na mente alheia,
Para desvendar os sonhos mais dispersos, Saber as quimeras dos meninos perdidos nas ruas, E as frustrações insolentes dos adolescentes abastados. Queria saber o que passa na mente do homem humilde, Olhando a vastidão das terras largadas às capoeiras, Sabendo-se sob ameaça do despejo dos 3 cômodos, E o minguado salário merecido com o suor do mês inteiro. Pudera eu saber exatamente das conclusões desmedidas, Da mãe olhando a cidade enfeitada de luzes e neon, Enquanto caminha para dar colo aos filhos que a esperam, Na escura noite desprotegida da luz que já foi cortada. Quisera sim entender a ganância dos que tanto tem, Sem tempo para usufruir do tudo que já acumulou, E gastam o tempo que lhes sobra ainda aviltando a tantos, Esquecendo que o tanto que têm não lhe permitirá viver tanto. Esmoreço e desisto de entender quem quer que seja, Se olho o espelho e não reconheço tudo que penso, Se em momentos quero somente viver do jeito que sei, E noutros fico buscado caminhos e meios que não entendo. Sobra sonhar para que o menino encontre sua casa, Que o adolescente valorize tudo que a vida lhe oferece, Que o homem seja sorteado com a casa própria, A senhora chegue em casa e a luz brilhe também nos olhos dos filhos, Que a conta tenha sido paga pelo ganancioso num repente de lucidez.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 31/05/2011
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