DA MINHA JANELA
Da janela da minha sala eu olho o céu ao longe, Tingido pelas nuvens que formam brancos desenhos, E sempre meus olhos acabam focando a serra ao longe, Onde o céu então se deita e se debruça e se esconde. Da minha janela fico então apreciando os montes, Lá longe, onde desce o céu e assim fico viajando, Deliciando-me na sutileza da sua forma serena, E me faço alado e o vento vai me levando sobre ela. Por vezes me faço anjo e fico sobrevoando os montes, Bem rente aos cumes dos morros suaves e desuniformes, Como se a serra fosse mar e cada elevação uma onda, E assim vou voando e me embalando rente às nuvens. Noutras, me transformo em majestoso pássaro, E fico pulando nas copas das árvores gigantescas, Percorrendo as cristas da floresta densa e fechada, E me sinto pomposo, como se fosse uma águia, Num vôo majestoso sobre os montes em encanto. Nas manhãs de céu límpido, a janela me mostra a serra nua, Então me transformo em um animal felino, esguio e ágil, E penetro a mata, adentro sua verde e virgem intimidade, Até sinto o cheiro da relva, da terra e a imensidão da mata, Então me vejo pequeno mas radiante diante daquela grandeza. Hoje sou só alguém que olha as serras ao longe, E que sente uma vontade gigante de abraçar o meu amor, De sairmos voando da janela da minha sala de mãos dadas, E voarmos juntos até aqueles montes que tanto me encantam, E encantá-la com tudo que imagino fazer - na sua companhia. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 30/05/2011
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