UM POETA EM EXTASE
E o poeta viaja na tarde de outono, O asfalto guiando seus olhos atentos, As serras ao longe, os campos ao redor, E a estrada se alongando além da vista. O sol vai descendo, descendo, quase caindo, O horizonte o espera para escondê-lo do poeta, Enquanto as nuvens formam desenhos imaginários, Avermelhadas em tons que encantam o poeta. E assim o sol vai se deitando, por detrás das serras, Os campos vão se protegendo na penumbra crescente, E o céu vai ficando pintado de vermelhidão diversa, Enquanto o poeta envolto em seus deslumbres, Assiste a noite se fazendo, como a compor um poema. Faróis acesos, asfalto delineando o caminho, E o poeta se perde absolto pela poesia ainda viva, Da noite vestindo o dia com um manto de mistério. A poesia recomeça e o poeta a escreve em fascínio, Quando a lua surge, rasgando a noite ainda menina, Nascendo do ventre dos campos, prateando a noite, Derramando luz morna e cândida no mundo do poeta. E a lua vai subindo, fazendo a noite sonolenta, Bordando sombras nas veredas do mundo do poeta, Que derrama emoções em lágrimas que escorrem, Pelo semblante do homem que vive o sol e a lua, Num mesmo tempo de regalo, poesia e torpor. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 22/05/2011
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