JANELA DOS DIAS
Abro a janela dos dias, Vejo tempos de venturas, A brisa dos sonhos sopra meu rosto, As lembranças afagam meus cabelos. Olho o jardim crescendo solto, Flores decoradas e coloridas por si só, As cigarras irritadas tecendo o verão, E o céu atrevido formando aguaceiro. Desvio o olhar ao gato deitado aos meus pés, Corpo estirado sobre o piso morno em sombra, Sua figura é a própria preguiça lânguida e viva, E eu também viajo em sua inércia confortável. A cadeira balanga, balanga e olho o céu, Nuvens se formam e eu prevejo um aguaceiro, Até já sinto o cheiro da mata ao redor toda molhada, E aquele cheiro de verde e terra entrando nas narinas. Meu corpo se estende mais na cadeira, O gato aos meus pés se espreguiça novamente, Espero os primeiros pingos caindo no jardim à frente, E fecho os olhos para acurar os ouvidos e os sentidos. A janela dos dias vai se fechando, Os tempos vão correndo em minha mente, O corpo vai se estendendo mais, ainda mais, E o céu vai se encobrindo, encobrindo, encobrindo......... Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 13/03/2011
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