AÇOITES DA VIDA
Quando na tenra idade e a vida ainda menina, O tempo corre em açoite e o caminho é tão reto, As pegadas leves e esguias não fincam no chão, Os dias deslizam soltos, ligeiros e tão frenéticos. Passados os tenros dias da vida ainda criança, A responsabilidade da lida vai se fazendo, As obrigações vão criando corpo e se multiplicando, Como se multiplicam os caminhos em encruzilhadas. Vêem as dúvidas do destino e/ou das conseqüências, As indecisões afligem a alma e vão criando incertezas, As memórias açoitam e o futuro maltrata o presente, Nessa saga de gente grande com saudade da criança. Tantos caminhos se fazem à vista do porvir, Ânsia e até angústia ardem o peito em chama, Arrependimentos, contrições e dúvidas atrozes, Dias de tumulto íntimo e noites em introspecção. Já bem tarde a descoberta da lucidez desaponta, Resumo das dores, dos amores, desamores e dissabores, Conclusão de que não existe o melhor e ideal caminho, Que não seja aquele que foi escolhido sem arrependimento. Já tarde, quando aflorar a sabedoria sugada da vida, Saber-se-á que as encruzilhadas efetivamente não existem, Salvo nos fantasmas que o medo fomenta e arquiteta, Bastando que a determinação impere e a preguiça seja afogada, Jogada na ponte sobre o ribeirão que corre carregando a vida, Deixando os medos e as incertezas ao relento das margens. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 11/01/2011
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