CHUVA DE VERÃO
Tão efêmera quanto as rápidas chuvas de verão, Que se formam rápidas e rapidamente despencam do céu, Da mesma forma que se vão e o sol volta a colorir as gotas, Ainda dependuradas nas folhas das árvores banhadas. Ora sou o Sol, mantendo o domínio e minha soberania, Por vezes sou as árvores regadas e ainda em regozijo , Noutras me sinto a chuva dominado pela paixão passageira, Enquanto você é sempre verão, de torrentes e sofreguidão. Passo todo o inverno esperando a primavera, Quem sabe virás junto das flores e ficarás mais tempo, No inverno sofro sozinho o frio e a saudade do verão, No outono me desfolho enquanto lamento tua partida. Assim vou passando o tempo, estação a estação, Sempre que chegas imagino que para sempre, Fazemos da minha cabana um castelo em festas, E assim como chegas cálida, ávida e efervescente, Voltas sempre exausta, farta e sorrateiramente. Ainda bem que nosso tempo também é efêmero, Fazemos um ano às vezes em apenas uma semana, Quanto não encurtas ainda mais o tempo das estações, Sempre sujeitas às circunstâncias da saudade e do desejo. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 05/01/2011
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