A SIMPLICIDADE DOS DIAS
Minha vida é simples, Simplesmente vida, Vestida de dias normais, Travestida de dias tristes, Salpicada de momentos de êxtase, Tecida de lembranças e sonhos. Sou tecelão da simplicidade, Vestido de versos de poeta cotidiano, Por vezes versando em fios de navalhas, Cortando quais afiadas línguas tiranas, Noutras decantando lírios em prosas e quimeras, Sempre feito malabarista dos dias e das palavras. E assim vou fatiando os dias, Degustando devagar os momentos, E divagando nos caminhos que trilho, Brincando com as desventuras imprevistas, Implicando com as flores tão efêmeras, Querendo a madrugada de bons sonhos infinda. Vivo na janela do trem do viver, Que corta campos vastos que a vista mal alcança, Como a percorrer os dias de momento em momento, E pela vidraça assisto os instantes passando apressados, Correndo para um futuro incerto de sonhos inacabados, Bem além dos desejos e desvarios do poeta tão simples. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 25/12/2010
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