CAMINHEI
Caminhei tanto, Tanto andei vida afora, Por vezes corri para a vida, Noutras, em disparada, corri da vida, Mas sempre vivendo cada pedaço de estrada. Vasculhei os guetos, Procurei sempre, sem cessar, Tantas vezes encontrei e logo perdi, Noutras me perdi em lego e ilusório engano, Mas caminhei sempre na busca do grande amor. Não esmoreci jamais, Mesmo nas cólicas de solidão, Mesmo nas dores que desnudavam o ânimo, Até nas desventuras de amores infames e fortuitos, Não perdi o caminho traçado no céu, conduzido pelas estrelas. Escrevi poemas, Simulando despedidas, Forjando encontros que sonhava, Criei e me iludi vivendo o amor dos sonhos, Deixando marcas nas estradas empoeiradas de quimeras. E finalmente o céu brilhou, Num centelho da estrela mais formosa, Que continha o nome da musa das minhas metáforas, Que veio a mim, que se juntou na caminhada agora a dois, E agora acredito nos escritos das estrelas e no destino traçado. Continuo caminhando, Agora de mãos dadas com a musa, Buscando tão somente regalar pelo caminho, Com as prosas se fazendo versos de lucidez e verdade, Vivendo o poema escrito palavra a palavra na longa caminhada. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 25/12/2010
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