VIDA VAGA
Uma rua simplesmente como tantas, Pessoas tantas passando com rumos certos, Sentado ali entre a rua e as paredes, Um homem que não vai a lugar algum, Não tem nenhum rumo que o faça seguir. Todos os seus destinos ficaram no passado, Perdidos dentre os desaforos da sua sorte, Sucumbidos talvez pela inércia da desilusão, Quem sabe pelo cansaço das tentativas vãs, Certo é que seu norte fugiu levanto toda iniciativa. E dali olha a vida passando incansável na calçada, Em forma de pessoas que correm atrás dos sonhos, Suprindo seus desejos, vaidades, orgulho e carências, Sentimentos que já não ocupam aquele coração, Entregue ao acaso da sorte, sem bússola, remo ou leme. Só os instintos do estômago e dos intestinos o fazem agir, Somente nestes instantes a memória lhe lembra da vida, E trazem à tona o passado que revive por instantes, E o fazem sentir o coração que reage nos olhos que molham, E nem as lágrimas instigam o orgulho furtado pela desilusão. A rua continua frenética com a pressa de tantos, Enquanto as lágrimas são enxugadas nas costas das mãos, E o surto de orgulho que o instinto por instante despertou, Sucumbe pelo torpor dos sonhos já irremediavelmente ausentes, E as vidas continuam passando pela rua com destinos tão distintos. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 21/11/2010
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |