PRESSA
A vida não tem que ser assim tão veloz, Corre vagarosa acumulando sabedoria, Nós é que a queremos sempre mais rápida, Nesse frenesi que o modernismo nos impõe. Vamos deixando fragmentos pelo caminho, Certamente os melhores e mais doces pedaços, Engolindo apressadas as porções ainda cruas, Acarretando angústias que não entendemos. A ansiedade que forjamos na urgência, Não condiz com a serena calma dos dias, Tempestades não são hábitos da natureza, Apenas distorções das suas sóbrias rotinas. Difícil é conciliar o óbvio com o hábito, A natureza das nossas origens mostra a obviedade, Já os hábitos adquiridos exigem sejamos velocistas, Conflitos que provocam nossa ansiedade besta. Que tentemos pelo menos a conciliação, Sem deixar que a preguiça justifique a inércia, Nem tampouco que a urgência explique a pressa, Que vivamos degustando o tempo sabiamente, Na exata medida do tempo que nos oferece a vida. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 01/11/2010
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