IMENSO AMOR
Um olhar triste e fixo no panorama ao longe, Buscando no tempo o tempo que se perdeu, Viajando nas imagens das lembranças tantas, Vagando na saudade do tudo que se foi. O mar balançando as águas em marolas mil, Ondas se aproximando e se esvaindo na areia, O vento roçando o rosto e revolvendo os cabelos, E os olhos se perdendo mar e passado adentro. Longe, muito longe no mar que se estende, Lá onde a vista se perde e o sonho principia, A imaginação toma corpo e a melancolia forma, E o som teimoso das ondas que chegam e morrem. É, gosto de voltar aqui, nesse mesmo lugar, Avistar esse mesmo mar, sentir o mesmo cheiro, Revisar a saudade e usufruir às mesmas lembranças, Sentir o mesmo vento e lembrar o mesmo tempo. E sempre que venho fico assim melancólico, Sem lamentar o presente nem sofrer o passado, Apenas misturar os sentimentos e saboreá-los, Nessa saga da vida que compus no longo do tempo. E lá me vou, costas para o mar e para a saudade, Retorno refeito e saciado das recordações todas, E a cada passo que dou no caminho do presente, Deixo para trás o gosto por tudo que vivi e gostei. Quando a melancolia voltar a cutucar o coração, E as imagens forem se perdendo na memória, Certamente voltarei aqui, nessa praia mansa, Nesse mar imenso, tanto quanto o amor que aqui vivi. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 27/10/2010
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