PALAVRAS
Tantas palavras jogadas ao vento, Algumas revoam qual folhas secas, E se perdem nos vales se fazendo vãs, Outras se transformam em vozes e ditos. Tantas palavras se fazem letras, Saídas de penas nobres e mãos férteis, Vencem o tempo e significam sabedoria, Tomando forma e corpo e sentido e luz. Outras, saídas de bocas pobres e rotas, Expelidas por línguas em rompantes estéreis, Simplesmente morrem moribundas e inúteis, Sucumbindo ao primeiro sopro de lucidez. Tantas palavras deslizam e se fazem poemas, Verbalizando a poesia presente em todo redor, Percebidas por corações ricos de sensibilidade, Oferecidas em bandejas aos poetas latentes. Algumas sacramentam sorte e destinos, Fincadas na verdade que cultuam as relações, Norteando o senso, a lógica e o arbítrio, Transformadas em guias para a vida e morte. Tantas palavras vendem harmonia e paz, Outras revigoram a ofensa e a discórdia, Mesmo iguais refletem luz ou escuridão, Mercê das formas, tons e entonações. Prefiro as palavras ecoadas do coração, Que mesmo pronunciadas na sua mudez, Conduzem a verdade dos sentimentos nus, Sem os riscos da maledicência conduzida. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 10/10/2010
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