ASAS DAS PALAVRAS
E assim a gente vai, Nessas compassadas conversas, Dizendo coisas aos ouvidos do vento, Esperando respostas de ninguém, Ou apenas silenciosas concordâncias. E assim eu vou escrevendo ao léu, Ou apenas para meu deleite esparramado, Jogando palavras na minha própria cabeça, Que se vão resvalando, escorrendo pelos ombros, Aliviando o peso do fardo do quanto silenciei. Nas palavras construídas assim na mente, Que tomam forma nas letras do teclado, Fico assim a vontade para dizer tudo que quero, Sem o capricho forjados dos medos da aparência, Nem temendo que bumerangues cortem minha língua. E assim nessa forma singular, Personificada nas palavras sem freios, Que correm desenfreadas ladeira a baixo, Desprovidas de cuidados ou manuseio, Nesse gostoso arbítrio absoluto e livre. Chega de dizer da liberdade que as palavras me permitem, Pense que os ditos aqui poderiam ser totalmente seus, Talvez ditos e expostos em compostos diversos, Mas que certamente teriam asas assemelhadas, Configurando vôos pelos infindos céus da tua intimidade. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 30/08/2010
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