A ÚLTIMA LÁGRIMA
Não vou mais chorar por ti, Não chorarei mais a tua ausência, Suprirei tua falta apenas com lembranças, Pois, esquecer-te não me arrisco prometer. Mas eliminarei todos os riscos de choro, Não olharei mais o céu, nas noites em estrelas, E se a lua chegar renitente daquele jeito formoso, Simplesmente a desdenharei, fingindo altivez, Fixando unicamente o infinito sem cor nem luz. As músicas que ouvíamos, farei parecer ruídos, E quando avistar o mar, verei apenas um deserto, Abortarei das entranhas a vontade de te ver, E mesmo nas ardidas madrugadas frias de insônia, Apenas esperarei – sem choro - mais um dia clarear. Não, não vou mais chorar por ti, Enquanto a lembrança é ainda tão latente, Engolirei o amargo dessa angústia teimosa, E se em meu rosto rola agora uma morna gota, Prometo ser esta a derradeira lágrima. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 23/08/2010
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