DESEQUILÍBRIO
Quisera entender a mesmice da ganância, Repetida insistentemente pelo quero mais, Acometida da cegueira de valores tantos, Que não sejam da visão da avareza vil. Queria entender a inércia doentia de tantos, De viver por viver, com o norte às avessas, Deixando as horas se irem assim sem tento, Passando pelos dias somente por passar. Talvez seja só um querer abstrato, irreal, Uma vontade latente de apreciar o equilíbrio, Nem tanto um mar revolto e irado de ganância, Nem a praia tomada pela indolência da preguiça. Certamente só sonho e esperança desmedida, De deslumbrar a harmonia dentre os desiguais, Aparando as pontas das desgraças sociais, Com muito menos mais, bem menos menos. A natureza pura e nua dita regras diferentes, A lógica humana ensina estrada diversa, Perdemos o caminho, em distorções doentias, Apesar da inteligência e dos sentimentos, Que deveria nos fazer simplesmente iguais, Que fossem equilibradamente semelhantes. Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 25/06/2010
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