CIUME
Ciúme, sentimento ambíguo e atroz,
Vagando entre o amor e a possessivo, Dando tempero e bem dizendo o querer, Ou simplesmente atrofiando a paixão. Ora vestido de zelo, apreço e estima, Noutras encapuzado pela sede da desforra, Revestindo amor de dor, emoção de ímpeto, Servindo aos anjos e também aos demônios. Fertilidade de fantasia suprindo suposições, Dúvidas e medos configurando monstros, Rompendo as cercas da lógica e do senso, Levando a lucidez pelo caminho do escárnio. Comedido e acarinhado pela sobriedade, Regam e emolduram as ervas do acalanto, Engraçam o conviver e os dias iguais, Sobrepujando a mesmice da monotonia. Ciúme, sentimento garboso que move céus, Cabresto das asas rompidas do destemor, Rédea que conduz à trilha do bem ou do mal, Mãe do orgulho, madrasta da regalia a dois.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 10/05/2010
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