NINGUEM É DE NINGUEM
Na barriga que carrega um menino,
Nas dores que o rebentarão ao mundo, Nos seios que o alimentarão para a vida, Nas asas que o farão livre e dono e uno, A certeza que ninguém é de ninguém. Nos olhares que se cruzam, que conquistam, No feitiço do desejo que encanta e se faz paixão, Na vida que se entrelaça e segue um caminho, Que se parte nas encruzilhadas do desamor, O retrato de que ninguém é de ninguém. Na busca de todos pelo amor, pelo ter, pelo se dar, Necessidade de encher o colo, a cama e o coração, No deleite de amar, ceder e partilhar vontades, Prevalecendo gostos, instintos e manias singulares, Mantém cada um dono do seu querer, suas asas e lemes. As asas que não podas são as que levam ao céu, O leme que não amarras e o que leva ao porto, O infinito do céu por onde vagueia o teu amor, É o mesmo porto para onde navega seu desejo, Só os caminhos livres encaminham ao amor infinito.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 06/05/2010
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