A MULHER QUE AMO
Quero dizer da mulher que amo,
Fazê-la poema, pois, poesia já o é. Quem sabe compará-la a um laranjal em flor, Aroma de paz tomando corpo e forma e alma, Atraindo nuvens de beija-flor e a mim também. Ou talvez a um campo de lírios floridos, Soprado por ventos vindos do norte, Iluminado de vermelho pelo fim da tarde, Protegido pelo céu que chega já repleto de estrelas. As vezes me lembra o amanhecer a beira mar, O sol radiante emergindo das profundezas, Dando luz ao mundo e iluminando a mim, Fazendo brilhar as ondas que quebram nas pedras, Clareando a praia onde as ondas chegam mansas. Não, acho melhor dizê-la uma fada, Varinha tocando meu peito e me fazendo seu, Adoçando todas as minhas tristezas e zangas, Fazendo-me assim poeta e a usando como musa, Para falar de amor com a sabedoria da experiência, De quem ama assim, fazendo-a varal de poemas. E quando me olha como mulher fatal, Fatalmente a vejo como amante, meu vício, E a descrevo como berço dos meus pecados, Porto seguro dos meus anseios e desejos, Fonte onde apaziguo minha sede de prazer, Colo onde descanso e sonho ser seu herói.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 02/05/2010
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