BOM TE VER
Bom te ver assim de novo
Nesse traje vistoso, elegante, Esse vestido colado ao corpo, Esse colo expondo desejos alheios, E essas ancas curvas e insinuantes. Bom ver esse rosto bonito, Esses olhos que vêem muito além, E essa boca que já me disse tanto, Esses lábios que tanto já beijei. Olhando-a circulando dentre tantos, Inevitável a memória desfolhar, E te lembro nua e inteira minha, Com todas essas curvas só pra mim. E as lembranças continuam em passeio, E viajo nas noites que eram nossas, E me vejo no teu corpo ávido e oferecido, Esbaldo-me em tudo que ele me permitia, No afã de te dar tudo que merecias. À distância olho suas coxas quase descobertas, As lembranças me lançam muito além, Lembro quando a descobria e você gostava, Quando a apalpava e você gemia e delirava, E dos teus suspiros quando eu ousava mais. Sei tudo e muito bem o que o vestido esconde, Sei tudo que tem por detrás dessa distinta altivez, Lembro em lascívia da fêmea agora tão senhora, Que gritava quando eu a tinha sob mim e a amava, Em êxtase que agora só vejo em teu lúdico olhar. E se me olhares outra vez lambendo os lábios, Perderei o arbítrio, a libido ditará meus atos, Darei um só sinal e a esperarei teso lá fora, E a pegarei pelas mãos e a levarei comigo, E reviveremos, por apenas uma noite que seja, As loucuras que esse corpo tanto já me propiciou.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 13/04/2010
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