NOITES ENLUARADAS
As noites de lua farta habitam minhas lembranças,
Nas caminhadas solitárias pelas estradas de chão, A brisa soprando o rosto, a mente solta em viagens, E o céu límpido sobre a cabeça e a lua me seguindo. Não havia saudade que me fizesse malogro qualquer, Só sonhos e quimeras banhados pelo brilhar da lua, Nem as sombras que ela formava na beira da estrada, Ofuscavam a esperança nem inebriavam o caminho. A lua era toda minha, o céu era todo meu, A noite era só para mim e para meus sonhos, As reflexões a que me levavam eram meus planos, E meus desejos de então seriam meus caminhos. E até hoje, quando deslumbra a lua formosa, Subindo lentamente o céu e espelhando a terra, Sinto o cheiro nítido daquelas caminhadas, Vejo-me naquele tempo e revivo o mesmo prazer. Nas noites enluaradas eu sempre renasço, Repasso às memórias, os amores, as despedidas, Revivo dores, saudade, vontade, nostalgia só, E viajo sim nos mistérios que elas me incitam.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 27/03/2010
|