DANÇANDO NA LUA
Quando a noite chega encobrindo a luz do sol,
Todos os pensamentos e sonhos se desvendam, Mesmo que as estrelas reluzam os pecados, Ainda persistem sombras e meandros sorrateiros. Assim, protegidos pela noite, os sonhos acordam, E desperto lembrando sempre dos nossos planos, Dos nossos sonhos e dos passeios pelas estrelas, Até o calor do teu colo eu sinto nessa noite fria. Passeia pela minha lembrança, até a maciez da tua boca, O mordiscar dos teus lábios e o frenesi da tua língua atrevida, Encoberto pela solidão que me toma e me açoita, Nem a escuridão da noite apaga os delírios dos nossos ais. As juras e as promessas ainda latejam a minha saudade, Não quero reviver aquele último e malogrado instante, Quando a noite se fez breu e nós nos desfizemos simplesmente, E nem a lua tão amiga e protetora das nossas fugas e devaneios, Foi suficiente para fazer valer a vontade, os desejos e o querer. Nem a lua, que seguia nossos passos e benzia nossos sonhos, Por onde passeávamos de mãos dados nos banhando em sua luz, Para onde nos prometíamos fugir para dançar todas as valsas, Nem ela, a madrinha cúmplice de todos os amores e amantes, Até ela se afastou de nós, deixando assim à noite e a vida tão negra. Mas as noites sem brilho de estrelas, sem a brancura da lua, Que hoje habita minha mente febril que delira em pesadelos, Ainda há de ser banhada e curada pela lua cheia da nova fase, E hei de ter você em meus braços, em meu colo, em minha vida, E ainda haveremos sim de dançar na lua, ao som dos bandolins.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 18/03/2010
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