A MULHER DA MINHA ALDEIA
Tem uma mulher que mora na minha aldeia,
Pele morena que brilha, cabelos claros ao léu, Riso solto, corpo ao vento, vagando entre flores, Andando sobre o orvalho das noites que me encobre. E quando a tristeza me toma nas noites de angústia, Escuta minhas histórias, meus lamentos e lamúrias, E enquanto afaga meus cabelos e me acarinha, Sussurra canções que entoam pelos vales da vida. Por vezes a vejo circulando entre as flores, Olhar ao longe como se nada visse no jardim, Que não sejam imagens e aromas do passado, Que disfarça em riso cálido, rompendo a melancolia. Quem sabe adivinhando vontade de aqui ficar, quieta, Caminhando pela aldeia que minha vida lhe oferece, Zelando pelas minhas dores, ouvindo meus lamentos, E a olho e rogo que nada a espante, nada a leve daqui. As vezes eu a beijo e ela me beija também, E nos beijando vamos fervendo nossas vidas, E a chapa quente que aquece nossa paixão, Leva-nos em viagens pelo céu que conhecemos. Perdemo-nos entre estrelas que reluzem no lençol, E no abraço que nos envolve nos acolhemos e nos damos, Confundimo-nos no ardor do querer, do amor e da paixão, Somente quando o cansaço cessa revejo seu riso lindo, E relembro que sob mim está a mulher da minha aldeia.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 21/01/2010
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