MORRER DE AMOR
Queria viver um grande amor,
E vivi, e me embebedei e amei mais que podia. Queria viver um grande amor, E vivi, e o perdi, e me perdi de tanto amor. Mas vivi o grande amor que sonhara, E sonhei vivê-lo para sempre, enquanto vivesse, E entre os sonhos e os desatinos, Acordei bêbado de amor, e estava só. Já não sei se sonhava a perda, Ou teria sonhado o amor da minha vida, Mas tinha o cheiro e as lembranças, Tinha a saudade e a agonia, Tinha a esperança de acordar, Tinha a esperança quem sabe de sonhar, E reviver o grande amor. Que não fora sonho, não, não fora Mas se fora, só sonhando para reviver. Quanto desamor então experimentei, Bebi um porre de fel, horrendo, Empobreci o espírito, Emprodeci, definhando desamor, Quão vil foi minha luta, Para reaver o amor que se ia, Que se fora. Pobre amor me foi oferecido, E me iludi, e me lambuzei, E sofri a podridão da saudade, Transformada em mágoas, E nessa vil encenação de desejos reprimidos, Quase morri de amor. Mas vivi um grande amor, que não morreu. E sem querer o viverei para sempre, E sem querer o guardarei para sempre, Já que o coração é soberano sim, E ele assim o quer, Mesmo que a razão já o recuse. E se for pra morrer, Quanto morrer, Que seja desse amor
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 18/01/2010
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