SEM MÁSCARAS
Quando tuas roupas caem ao chão,
Teu olhar se acende e o riso me convida, A tarde nos permite e a cama nos acolhe, O desejo toma forma e se transforma em delírio. Quando apalpo teu corpo nu e ávido, Quando a sinto tremer em êxtase e lascívia, E a tomo e a tenho e amo e a faço minha, Adentrando teu corpo feito raio em explosão, Não reconheço teu jeito pudico singelo de antes. Quando passeias desinibida pelo quarto, Exibindo curvas, trejeitos, gestos e abuso, E vibras com meu olhar de fascínio lânguido, Nem lembro da mulher comedida e pura, Agora travestida de pecados e sevicio. E quanto o desejo cessar, saciado e já manso, As roupas voltarem a cobrir teu corpo e teu vício, Dares um último olhar, um riso e um aceno, Bateres a porta às tuas costas e tomares a rua, Vestirás a máscara e não serás mais minha. E quando te encontrar caminhando na calçada, E nem um olhar cúmplice e furtivo me lançares, Reconhecerei nessa mulher cândida, quase anjo, A fêmea desnuda de roupas e máscaras, Que delira em cada toque sob meu corpo em febre.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 10/01/2010
Alterado em 10/01/2010 |