IMAGEM
Sentado na beira da enorme baia, Tantas pedras na grama, na relva, Eu numa delas, a mais formosa. Olhar correndo às águas tranqüilas, Serras ao longe, do outro lado, Gaivotas brincando no céu, Mergulhos vezes em quando. Meu olhar buscando o barquinho, Ao longe, cruzando as águas, indo. E lá se ia outro, preguiçoso, vagaroso. E olhos de preguiça, deixando o tempo passar. Vento vinha e soprava meu rosto, delicadamente, E junto o cheiro forte das águas, do manguezal, Aroma de mar, de lodo, de sal, da natureza crua, E minha tristeza nua calava e se deixava na inércia, Sossegada como as águas da baía. E o vento assim continuava, suave, brando, Como a querer me fazer carinhos, Dizer do que havia lá atrás dos montes, Do outro lado, além dos meus pensamentos, Bem pra cá donde está o meu amor. E ele me dizia, que ela lembrava de mim, Todos os dias, todas as tardes, sempre que olhava o mar. E me trazia imagens do seu rosto também triste, Dos seus cabelos soprados, caídos no ombro, E dos seus olhos que me buscam além do mar. O vento então já nem me dizia mais nada, Nem precisava, os barcos sumiram na baia, Também o monte do outro lado se foi, nem as gaivotas eu via, As lágrimas que se faziam ofuscavam tudo.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 06/12/2009
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |