E A C O E L H O

UM PRETENSO POETA

Textos

PÓS ELEIÇÃO



Passado o calor das eleições presidenciais, a temperatura política volta a normalidade e a vida do país segue seu rumo político, econômico e social.

E agora podemos pensar um pouco mais serenamente, sobre o porquê do povo ter reeleito a Presidenta Dilma, ou ter mantido o PT na presidência do país.

E não vamos nos apegar a picuinhas, como o bolsa família, os favores assistencialistas, etc. Os eleitores que usufruem dessas benesses não elegeriam sozinhos um presidente. Muito menos reelegeriam.

Nem nos apeguemos a regionalidades e separatismos. Essas questões são muito feias para gastarmos letras, palavras, muito menos linhas, quanto mais um parágrafo.

Penso que, a se considerar que, realmente, o país vinha vivendo uma situação econômica em retrocesso; se a inflação já batia forte e teimosa na porta; se o crescimento produtivo não atendia, nem de longe, a necessidade de demanda do grande contingente de pessoas que atingem a idade de buscar trabalho; se a corrupção no meio governamental sacode os noticiários... Porquê se reelegeria a Presidenta Dilma?

Será se o povo realmente não sabem votar? Será se a maioria do povo brasileiro tem suas vontades tão facilmente manuseadas? Será que a oposição, ou a direita, no caso, não foi convincente o suficiente na apresentação do caos em que o Brasil vivia e vive?

Será se foi a fragilidade e inconsistência do candidato do PSDB que não conseguiu mostrar e convencer da sua real capacidade de poder administrar o país, mesmo contando com toda a força econômica formal que o apoiava incondicionalmente?

Arrisco um palpite para justificar porque o PT e a Presidenta Dilma foi reeleita...

Foi o grande medo, o quase terror, das lembranças dos Governos militares, administrado pela Direita, da ARENA e os velhos "raposas" Ruralistas, representada pelo velho lobo Delfim Neto, quando diziam que o bolo teria que crescer mais e mais para que as riquezas fossem melhor distribuídas. O povo sabe que se dependesse da Direita, jamais o bolo chegaria ao tamanho necessário para que fosse fatiado e dividido com um mínimo de igualdade.

Grande parte da população ainda lembra ou lucidamente tomou conhecimento, que apesar do crescimento de até 7% ao ano, que se verificou naquele período, não foi suficiente para melhorar os salários e nem justificar melhorias sociais.

Então o povo, que na soma não é bobo e é formado por miseráveis, pobres e remediados, prefere que a economia continua ruim, mas que possa continuar usufruindo de farta comida na mesa e que suas necessidades básicas continuem sendo atendidas e de forma crescente.

De nada adianta a economia estar sendo soprado por fartos e constantes ventos, se o destino para onde leva o barco, seja unicamente para os portos do ricos, para encher ainda mais os cofres e as contas da elite.

Sim, o povo não é bobo e a reeleição da Dilma e do PT, não é bobagem. Não adianta teimarmos na boba conclusão de desconsiderar a sabedoria da multidão.

A multidão, o povo, mesmo na sua aparente apatia política, sabe distinguir quando seu estômago está cheio e quando apenas a conta dos poderosos é que crescem. Sabe concluir que  de nada adianta o pais ficar mais e mais rico, se as riquezas forem canalizadas aos mesmos coronéis contemporâneos de sempre.

O povo sentiu o sabor da massa salarial ter crescido mais de 200% na última década. Sentiu o gosto e o sabor de poder adquirir casa própria. De poder ingressar na faculdade. Sentiu o prazer social de assistir as diferenças terem encolhido pelo menos um pouquinho.

Não. A reeleição da Presidente e do PT não foi bobagem. Não foi acaso e muito menos insensatez dos nordestinos. Foi o claro sinal de que os cabrestos foram afrouxados, livremente ou na marra, mas foram.

 
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 16/12/2014
Alterado em 16/12/2014
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras