E A C O E L H O

UM PRETENSO POETA

Textos

VIDA E MORTE

Algumas vezes surgem conversas sobre o viver e o morrer. Gosto de prosear sobre isso. O mais útil filosofar, entendo! Toda filosofia tem a vida e suas entranhas como mote. A morte está sempre rodeando a vida, entranhada nela, daí porque vida e morte se entrelaçam nesse infinito pensar, refletir, conjecturar.

Sobre a morte já li quase tudo. Já ouvi mais que quase tudo. Já sei o que pensam os cristãos, os espíritas, os ateus, os incrédulos absolutos. Sei o que dizem os espiritualistas, os cientistas, os sentimentalistas e os calculistas.

Sei o que escrevem os escritores, os intelectuais; o que dizem os analfabetos, os ignorantes, sobre a vida e a morte. Não acredito em nenhum deles. Não confio em nada do que já ouvi. Refuto todos os pensamentos sobre a morte.

Sobre a morte já ouvi quase tudo, principalmente do medo. O medo da morte creio seja o que mais atormenta os humanos, menos a mim. Não a temo, simplesmente a relego, ignoro-a, desprezo-a, passando ao longe da sua impertinência temerosa. E sou humano, de carne, osso, coração e língua. Por sinal, super afiada, principalmente quando manifesto meu desprezo a morte.

Já sobre a vida... Sim, sobre a vida concordo com quase tudo que já li, ouvi, pensei. O quase fica por conta dos suicidas. Desses quero distância, refutando tudo que ousam querer me dizer para justificar suas burrices, suas idiotices.

A morte simplesmente ignoro. Não me diz nada. Não me representa nada, pois, detesto o fim de qualquer coisa. E não temo o que refuto, desprezo, menosprezo simplesmente. Tenho um pouco ou muita raiva da morte, essa fedorenta, arrogante, besta.

Prefiro dizer da vida e a pena que tenho de deixá-la um dia. Aliás, eu não a deixarei nunca, ela é que me deixará, mas sob todos os meus protestos. Medo da morte, não, nunca, jamais. Fico é muito triste em pensar que um dia minha vida cessará.

Não temo a morte; simplesmente lamento que um dia a vida me deixará no caminho e continuará compondo o ciclo das tantas outras vidas. Menos da minha, que lamentavelmente terá findado seu ciclo.
 
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 27/09/2014


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