E A C O E L H O

UM PRETENSO POETA

Textos

SENSUAL, ERÓTICO, PORNOGRÁFICO...




Fico pensando aqui com meus botões...

A grande maioria das pessoas critica a exploração, ou a simples divulgação, da pornografia, do erótico e até mesmo do sensual mais apimentado.

Eu gosto de escrever. Escrevo e divulgo meus poemas, minhas crônicas e muito raramente escrevo alguma coisa abordando o lado mais erotizado das relações. Raramente. E esses raros textos são os que são mais lidos, mas comentados, mais gostados.

Sei, evidente, que a sexualidade está presente e latente em todos os seres humanos. É algo instintivo, natural, mas porquê esse medo, essa vergonha, essa reserva em assumir, admitir o gosto pelo erótico? Seria a fundamentação de que somos efetivamente hipócritas? Ou simplesmente temos vergonha das nossas vontades que mais latejam em nossa lida como seres?

Não escrevo mais sobre o tema, porquê não me sinto bem em percorrer o caminho mais fácil do sucesso literário e até para não passar a imagem de “pornográfico”. Seria também hipocrisia minha?

Desde que assisti, ainda na década de 80, o filme “IMPERIO DOS SENTIDOS”, que o assunto me intriga. Eu, ainda muito jovem, assisti o filme como um retrato do drama humano, diante da dependência que temos do sexo, da sexualidade. O sucesso do filme, contudo, não se deu pela abordagem do tema e sim pelas cenas eróticas, pornográficas até, que o filme mostrava, num tempo em que ainda existia censura e os valores eram mais conservadores.

Uma das nossas poucas atrizes brasileiras que teve o privilégio de circular em Holywood, foi Sonia Braga. Seria pelo seu talento como atriz, pela sua beleza natural, ou pelas cenas eróticas que fez em “A DAMA DO LOTAÇÃO” e aquela famosa cena da novela Global, onde aparecia trepada no telhado, de saia, mostrando a calcinha?

Enfim, estou me preparando para ingressar, definitivamente e de cabeça, no mundo literário. E fico pensando se não deveria percorrer esse fácil caminho da sensualidade, mesmo correndo o risco de ser taxado de poeta maldito, como foi emblemada a escritora Adelaide Carraro, que tem romances lindíssimos, com rica linguagem poético-literária e cujo valor jamais foi reconhecido.

Continuo refletindo com meus botões... Hipocrisia ou vergonha de reconhecer que o sexo é o tema preferido de todo os seres?
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 22/10/2013
Alterado em 22/10/2013


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