Um ser que transcende a vida,
Imprescindível para que haja vida,
Necessário para se viver a vida,
Um ser que por si só é a vida,
Mulher é  verbo viver.

Mulher, mistérios expostos do existir,
Segredos incontidos e explícitos do verbo amar,
Sentimentos de razão que expõe  a nudez da lógica,
Capaz de caminhar entre jardins e escombros,
Com a soberania intuitiva do mero e bem querer.

Mulher, símbolo da metamorfose dos sentidos,
Que transforma o mesmo seio que alimenta a cria,
No agasalho do prazer e luxúria  do seu homem feito,
Que faz da boca que acarinha e mima a dor alheia,
A arma que seduz e induz a presa às suas teias.

Que no mesmo corpo que propicia o rebento,
E alimenta a certeza absoluta da perpetuação,
Usufrui  prazeres de carne, de instinto efêmero,
Mesclando e sublimando a submissão e o mando,
Com a mesma eloqüência com  que ralha e afaga.

Benditas todas as fêmeas, travestidas nas mulheres,
Que passeiam pelo mundo, assim, belas e atrevidas,
Senhoras dos destinos, disfarçadas de coadjuvantes,
Como se vivessem tão somente para dançar pela vida,
Quando são simplesmente a orquestra, a batuta e a melodia.