E A C O E L H O

UM PRETENSO POETA

Textos

IMAGEM

Sentado na beira da enorme baia,
Tantas pedras na grama, na relva,
Eu numa delas, a mais formosa.

Olhar correndo às águas tranqüilas,
Serras ao longe, do outro lado,
Gaivotas brincando no céu,
Mergulhos vezes em quando.

Meu olhar buscando o barquinho,
Ao longe, cruzando as águas, indo.
E lá se ia outro, preguiçoso, vagaroso.
E olhos de preguiça, deixando o tempo passar.

Vento vinha e soprava meu rosto, delicadamente,
E junto  o cheiro forte das águas, do manguezal,
Aroma de mar, de lodo, de sal, da natureza crua,
E minha tristeza nua calava e se deixava na inércia,
Sossegada como as águas da baía.

E o vento assim continuava, suave, brando,
Como a querer me fazer carinhos,
Dizer  do que havia lá atrás dos montes,
Do outro lado, além dos meus pensamentos,
Bem pra cá donde está  o meu amor.

E ele me dizia, que ela lembrava de mim,
Todos os dias, todas as tardes, sempre que olhava o mar.
E me trazia imagens do seu rosto também triste,
Dos seus cabelos soprados, caídos no ombro,
E dos seus olhos que me buscam além do mar.

O vento então já nem me dizia mais nada,
Nem precisava, os barcos sumiram na baia,
Também o monte do outro lado se foi, nem as gaivotas eu via,
As lágrimas que se faziam ofuscavam tudo.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 06/12/2009
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