E A C O E L H O

UM PRETENSO POETA

Meu Diário
07/06/2010 01h00
LER OU NÃO LER


Há muito tempo que venho tentando entender essa síndrome da “não leitura”. Sempre ouço, leio, assisto que os brasileiros não gostam de ler. E tento entender o porquê disso.

 
Para se escrever, existem outras exigências. É necessário conhecimento, ter opinião bem formada sobre o que escrever. Necessário também que se conheça o mínimo de gramática, principalmente de concordância verbal, concordância nominal, etc. Para escrever de forma mais profunda, descrevendo fatos, é necessário mais; é necessário que se tenha também uma forte dose de aptidão para isso, certo talento até, ou vocação, que o seja.
 
E para ler, o que é preciso? Hábito seria? Mas para se adquirir o hábito somente com o exercício da leitura e como obtê-lo sem se iniciar?  Curiosidade talvez? Sim, a curiosidade seria um mecanismo de levaria as pessoas à leitura.
 
Penso, penso, tento chegar a alguma conclusão mais acertada e não chego a nada. Apenas suposições. Essa história de que tem que aprender de pequeno, que tem que existir o exemplo dos pais, que a escola é a responsável, que é o professor que precisa incentivar, que os livros são muito caros e tantos outros motivos tão vastamente expostos não me convence.
 
E o mais estranho em tudo isso, é que na medida em que evoluímos em inúmeros, em quase infinitos aspectos, o hábito da leitura recua, retrocede. A cada dia temos menos pessoas lendo. E não falo apenas de ler livros, romances que seja. A cada dia se lê menos, nem mesmo os assuntos que dizem respeito ao seu dia-a-dia; até mesmo nas atividades profissionais, as pessoas praticamente não lêem. É preocupando, que mesmo os estudantes, cada dia lêem bem menos, mesmo que para fazer provas.
 
É tão comum que os assuntos expostos de forma escrita, por mais importante que sejam, normalmente não são lidos em sua íntegra. A prova disso é que na medida em que se evolui em tecnologia, na medida em que tudo se desenvolve, o processo de comunicação profissional proporcional e assustadoramente regride. Tanto é verdade, que o maior problema das empresas, em todos os cantos, em todos os segmentos, é a deficiência da comunicação. Até mesmo a comunicação verbal, mas em se falando de comunicação escrita, é ainda mais aviltante.
 
Qualquer mensagem, qualquer texto que exija alguns minutos de leitura, a grande maioria das pessoas ficam nas primeiras linhas e às vezes às últimas. Além disso, mesmo quando lidas, normalmente são mal interpretadas, exatamente pela falta de leitura; a falta de capacidade de interpretaçao. E isso causa sérios problemas de comunicação em todos os sentidos.
 
Estou escrevendo este texto e tenho absoluta convicção que poucas serão as pessoas que se darão ao trabalho de lê-lo. E dessas poucas que iniciarão, menos ainda chegarão ao final e dessas, ainda menos pessoas terão discernimento para interpretar adequadamente o que estou expondo, o que estou tentando dizer, a mensagem que estou tentando repassar.
 
E é tão fácil distinguir em meio às pessoas, aquelas poucas que tem o hábito da leitura. Normalmente são pessoas com conhecimento amplo, que sabem das coisas que lhe rodeia, que tem melhor compreensão das atitudes de quem lhe rodeia. São pessoas menos aflitas, menos ansiosas, mais equilibradas, exatamente porque vão acumulando conhecimentos tantos, que – independente de sua atividade – tem uma melhor compreensão do meio em que vivem, do seu habitat.
 
E grande parte dos males que tanto afligem as pessoas e normalmente traduzidas em aflições, em ansiedade, insegurança e medos, tem origem na ignorância; exatamente a ignorância é a causa do medo e do medo derivam  todos os demais problemas e conflitos que tanto afligem as pessoas, transformando nessa doença coletiva da ignorância. Pior é que essa ignorância é sempre mascarada, escondida, tapada e afogada por falácias e faz-de-conta. Entorpecidas por pseudo sucesso econômico, boa aparências e tudo mais oriundo  do  endo marketing e suas vicissitudes.
 
A falta de leitura - bem lá no fundo - entendo seja mais uma manifestação da doentia e nefasta preguiça. Aliás, a preguiça bem no fundo não existe, o que existe na realidade, é a “síndrome do desejo adiado”. É sim. A preguiça não existe não. São apenas desejos ou necessidades adiadas. O preguiçoso jamais assume que não vai fazer determinada coisa. Ele simplesmente diz que vai fazer depois. Que depois ele faz. Que se não leu, foi por falta de tempo, mas que vai ler.
 
Então, estou concluindo por  mais uma suposição para o falta de leitura: A síndrome do desejo adiado, ou em outra palavra, mais simples, mais direta, a preguiça.

Ou quem sabe seria o complexo do “sabe tudo”. Bom, esse é outro assunto, que merece ser bem mais esmiuçado. E não posso abusar da boa vontade de quem leu este artigo até aqui. A vocês, parabéns e muitíssimo obrigado pela leitura.


Publicado por Eacoelho em 07/06/2010 às 01h00
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26/05/2010 23h50
UMA NOVA LINGUAGEM
Como expus no relato anterior, até então tenho postado tão somente poemas, crônicas e outros textos ligados ao lirismo de que tanto gosto, diria assim o lado poeta de um ser normal, responsável e até austero, como satiriza a Josi, minha nora (a preferida). Tenho tão somente “curtido” a irresponsabilidade à tantos olhos, o egoísmo, para outros ou até o lado menos centradO e que até contraria as minhas atitudes e conduta, para quem me conhece no dia-a-dia. Para quem desconhece o homem que, bem no fundo, não faz nenhuma questão de esconder todo o sentimentalismo, toda a sensibilidade que sempre está muito bem inserida no íntimo de qualquer homem, por mais conservador que pareça. Tudo isso, contudo e sobretudo, sem perder o eixo da responsabilidade, do juízo, da coerência e dos conceitos sociais, morais e profissionais do meio em que vive e sobrevive.
 
Verdade sim. O lado poeta é uma vertente que diria se mantém meio que escondida da minha vida cotidiana, como se fosse a prostituta da madrugada vestida na dama do amanhecer. Assim como se fosse o palhaço que brinca no picadeiro, enquanto o cético ri das próprias travessuras e nem acredita nas suas próprias peripécias. Sou um palhaço que não precisa de uma personagem para interpretar o poeta sonhador e crente nos mais profundos valores dos sentimentos mais naturais de todos os seres humanos. Por mais deshumamos que possam fazer questão de ser.
 
Mas creio já possa pensar em mesclar o que produzo e aqui publico. De repente já está na hora de escrever um pouco sobre o outro lado do amante das estrelas. Vou sim incorporar o poeta e dizer das coisas mercantilistas da vida,  sempre – evidentemente – mantendo o senso do bom gosto e quem sabe possa e consiga traduzir tudo que tenho para dizer, numa linguagem agradável, utilizando-me das metáforas, figurações e imagens que somente os poetas tão bem conseguem versatilizar.
 
Quem sabe eu posso trazer mais e mais gente à leitura, com uma linguagem diferente, renovadora, mesclando as figurações dos poetas, com as informações do redator. Quem sabe poderei fazer sentar na mesma mesa, comer no mesmo prato, a prática didática com o encanto das histórias e causos. Quem sabe eu consiga fazer com que deixe de ser fragilidade dizer de amor. Ou fazer com  que nao mais pareça frieza e calculismo, resultados práticos e lucro crescente. Talvez eu consiga dismistificar e mostrar que sucesso acima de tudo é bonito sim. Que a glória e a vitória é o encanto da vida e podemos tê-las todos os dias. Em todos os aspectos da vida, a começar pelas vitórias profissionais, pelo sucesso profissional.

Quem sabe eu possa por poesia na condução dos negócios bem sucedidos. Quem sabe eu convença o executivo mais prepotente que tudo que ele deseja é ser sucesso para conquistar simplesmente uma mulher. Para mostrar a quem até já esqueceu, que ele pode.Quem sabe eu possa dizer sem ferir suscetibilidades, que a avareza é a tradução doentia da insegurança. Quem sabe dizer  que a mulher que circula altiva em salas de reuniões, que vende a imagem da mulher independente e emancipada, quer tão somente mostrar ao homem qualquer, em tempo qualquer, que desdenhou a fêmea que se oferecia  e que nem foi notada. Quem sabe, com uma linguagem lírica e poética, eu possa dizer a mesma mulher que apregoa a segregação sexual, que bem no fundo da sua alma, onde ainda impera o querer instintivo pela maternidade e a submissão ao seu homem, deseja mesmo é poder ser simplesmente uma mulher. Mulher de um homem. Do seu homem.

Quem sabe, numa linguagem tantas vezes considerada chula e boba, que o profissional de vendas é um poeta cotidiano, um conquistador de mares, um mercador de sonhos. Quem sabe eu possa convencer, de forma lírica, que um engenheiro não é nada mais que um menino que brinca a sério.

Talvez eu até consiga convencer, com a linguagem da poesia, os operários mais brutos e bruscos, que talvez eles sejam assim porque acreditaram piamente nas conversas dos adultos, nas salas de star, que teria que crescer para ficar forte, para proteger e sustentar a mulher e os filhos. E ele assim o faz, dentro dos princípios naturais do homem e mulher, simplesmente obediente aos instintos contidos em seus princípios genéticos; o provedor-protetor da prole.

Tanta coisa a linguagem da poesia pode dizer diferentemente, aos mais frios, céticos, brutos, ansiosos, gananciosos e demagogos que circulam pela vida sem ter a oportunidade de deslumbrar verdades que a simplicidade da poesia pode transmitir. Quem sabe possa provar que "temos sim que ser duros, mas jamis perder a ternura".

Oxalá consiga desmistificar essa conduta das linguagens específicas segundo os temas e as intenções. Vou sim tentar fazê-lo. Quem viver verá. Claro se quizerem e se propuserem a ler.

Publicado por Eacoelho em 26/05/2010 às 23h50
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21/05/2010 21h43
UM ANO


 
No próximo mês de junho, fará um ano que votei a escrever de forma mais assídua.
E mais importante que voltar a escrever foi a decisão do cuidado – capricho, diria – de arquivar os poemas, prosas, crônicas e ensaios que tenho escrito. Até o momento, tenho curtido apenas o lado prazeroso de escrever textos, diria, líricos ou, em outras palavras, românticos. Salvo alguns rápidos textos de cunho social ou mesmo filosóficos.
Mas, na medida em que vá amadurecendo esse gosto por escrever, divulgar e guardar, certamente também virá o gosto e a responsabilidade de escrever outros temas, tais como sobre “vendas”, gestão de pessoas, política, economia e outros tantos que me envolvem e me fascinam.
Hoje, exatamente hoje, estou dando mais um importante passo na direção da busca pelo ideal de querer escrever mais assentadamente. De escrever e transformar isso não somente num prazer, mas também em algo que venha marcar definitivamente esse meu velho e adiado desejo de efetivamente usufruir adequadamente dessa habilidade, arte para qual não estudei, não desprendi nenhum esforço, foi algo que Deus me deu ou simplesmente herdei de meus antepassados.
Hoje estou inaugurando este espaço.


Publicado por Eacoelho em 21/05/2010 às 21h43
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