E A C O E L H O

UM PRETENSO POETA

Meu Diário
23/06/2010 00h14
COM E SEM RIMAS

COM E SEM RIMAS
 

Há muito tempo já não escrevia poemas com versos rimados. Continuo achando que  a busca pelas rimas tolhe o poeta da liberdade de escolher as palavras mais certas, mais adequadas,  que venham espelhar mais fielmente a realidade do que deseja dizer, com efetiva e solta alma, sobre as imagens e sentidos daquilo que lhe norteia e que experimenta no ato de escrever.
 
Gosto quando o que escrevo flui naturalmente, saindo diretamente das imagens que deslumbro, direto para o papel, para a tela, sem necessidade de ajustes, de acertos, salvo as questões gramaticais. E a busca pela adequada rima, por mais maestria que o poeta ostente, sempre ficam grãos de areia que arranham o ouvido e o sentido de quem lê, meio que farpas num pano  aveludado.
 
Mas hoje, resolvi cometer o abuso da rebeldia para comigo mesmo e fiz dois poemas rimados. Escrevi GRITO, fazendo um jogo de rimas apenas nos últimos versos de cada estrofe, cometendo idêntica rebeldia com as regras de um poema prosado.
 
E escrevi AMAR DE VERDADE, onde abusei da rima, criando situações que me permitiu rimar os versos não apenas nas palavras finais, mas também no meio, fazendo um jogo que no final acabei gostando, pois, não perdeu a sonoridade e manteve uma harmonia agradável. Perdoem a ausência de modéstia, mas assim como sou extremamente crítico com algumas coisas que escrevo, como é o caso do poema GRITOS, cujo tema tem seu valor, mas que não consegui dar fluência natural aos versos, exatamente em função da busca pelas rimas, já em AMAR DE VERDADE, no meu entender, fui feliz e consegui essa harmonia.
 
E dentro do que já prometi em relato aqui feito, preciso e urgentemente me dedicar a escrever mais tecnicamente, sobre outros prismas que não seja o poetar. Fiz algumas poucas crônicas, assim como O HÁBITO DA LEITRA e a ARTE DE VENDER – PROFISSIONALMENTE, mas ainda muito insuficientes e aquém do que me propus e sei que posso e preciso. Mas esses temas, essas questões, exigem mais tempo, mas concentração, estudo até, pesquisa, leitura, para poder dizer com mais conhecimento de causa, sobre as coisas que venha a escrever. Os poemas, as prosas e mesmo as crônicas, são coisas mais rápidas, que saem mais naturalmente, exigindo menos de quem pouco tempo tem disponível para escrever. E acaba escrevendo muito menos do que gostaria e de tudo que tem para escrever e repassar.
 
Espero, com absoluta e total sinceridade, que os amigos que tem lido meus textos tenham gostado, que a sua leitura tenha se constituído em momentos de efetivo lazer e entretenimento e que tenha lhes permitido o exercício da reflexão, da crítica e do questionamento, pois, se em tantos momentos sou categórico e afirmativo no que escrevo, ao mesmo tempo deixo total espaço para que as minhas afirmações sejam questionadas, contestadas e revistas.
 
Grande abraço e muitíssimo obrigado a quem tem dedicado do seu tempo para me ler.


Publicado por Eacoelho em 23/06/2010 às 00h14
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